Dataset Viewer
text
stringclasses 4
values | source
stringclasses 1
value |
---|---|
Filosofia Da Educ ação 1Filosofia Da Educação N a r r a t i v a s d e s e r p r o f e s s o r a s e e n c o n t r o s c o m o t e m p o l e i t u r a b e r g s o n i a n a S a n d r e l e n a d a S i l v a M o n t e i r o Resumo: A pesquisa, "Nar rativ as de ser pr ofessoras e encontr os com o t empo: uma leitura ber gsoniana", analisa a e xper iência de ser pr ofessora atra vés das narrativ as de seis educ adoras da educ ação b ásic a. A aut ora utiliza a filosofia de Henr i Ber gson p ara e xplorar a noç ão de " duraç ão", ou seja, o t empo vivido como um flux o contínuo e individual, e a intuiç ão, como f errament a para compr eender a e xper iência. O estudo in vestiga como as pr ofessoras se percebem, as r elações que constr oem com o t empo e com a pr ofissão, e os desafios e angústias que enfr entam. As nar rativ as, r egistradas em por tfólios, revelam os dilemas de lidar com a pr essão social, a or ganizaç ão do t empo, os desafios da prátic a docent e e a busc a por r econheciment o. A obra e xplora a impor tância de compr eender a e xper iência individual em sua comple xidade, desv endando as nuances da vida int erior das pr ofessoras e as r elações que estabelecem com a r ealidade escolar. A p r e s e n t a ç ã o - S c r i p t Desen volviment o Seminár io sobr e "Nar rativas de ser pr ofessor as e encontr os com o t empo: leitur a ber gsoniana " de Sandr elena da Sil va Mont eiro 1. Relaç ão entr e Tempo e Docência: A docência é pr ofundament e mar cada pelo t empo. Pr ofessor es e pr ofessoras enfr entam desafios const antes com r elaç ão ao t empo: "t empo de menos par a planejar, par a ensinar, par a apr ender". As demandas da sala de aula e do sistema educ acional muit as v ezes colidem com o desejo de of erecer uma educ ação mais humana e complet a. A pr essão p ara cumpr ir cronogramas sufoca o t empo necessár io para uma cone xão v erdadeira com os alunos. O que vemos aqui é o t empo cr onológico, line ar, como um obst áculo. Como a aut ora menciona, a per cepç ão do t empo na docência é fr equent ement e associada ao cansaço, à e xaust ão e à sensaç ão de est ar sempr e "correndo contra o r elógio ". As falas de pr ofessor es como “não t enho t empo p ara a f ormaç ãoˮ ou “o tempo é cur to para pr eparar as aulasˮ são eco adas por educ ador es em t odos os | 7a23fda8-f46f-4b47-8219-4f61a0fc7406_Filosofia_Da_Educao.pdf |
Filosofia Da Educ ação 2lugar es. Assim, a pr oblemátic a do t empo se t orna central p ara a vida docent e, e essa dificuldade é um pont o-cha ve para ent ender mos a e xper iência de ser professor. “O t empo é sempr e um pr oblema p ara os pr ofessor es: f alta tempo p ara planejar e se conect ar com os alunos, e o r elógio p arece sempr e um inimigo. ˮ 2. Filosof ia de Henr i Ber gson: O T empo como Dur ação Para compr eender o t empo na docência além do cr onológico, Sandr elena se aprofunda na filosofia de Henr i Ber gson. Segundo Ber gson, o t empo não é apenas essa sequência line ar de segundos e minut os que medimos com o relógio. Ele pr opõe o conceit o de dur aç ão-uma per cepç ão mais pr ofunda do tempo, que acont ece na viv ência, nas e xper iências, nos sentiment os. Bergson nos con vida a v er o t empo como um flux o contínuo, onde p assado, present e e futur o est ão int erligados. A duraç ão é o t empo subjetiv o, aquele que vivemos, não o que medimos. Para as pr ofessoras, a docência t ambém se f az nesse t empo int erno, onde a qualidade das e xper iências e as r elações estabelecidas dentr o e f ora da sala de aula ganham signific ado. “Ber gson nos ensina que o t empo não é só o que o r elógio mar ca, mas sim uma e xper iência pesso al e contínua, o tempo que viv emos, não o que medimos. ˮ 3. A Exper iência como Dur ação Bergson nos mostra que a vida não é fragment ada em pedaços de t empo cronológico, mas fluida. Para as pr ofessoras entr evistadas por Sandr elena, suas viv ências se constituem como uma duraç ão, um contínuo de e xper iências que moldam sua prátic a e identidade. Aqui, a e xper iência de ser pr ofessora não pode ser medida em horas trab alhadas ou em aulas dadas, mas na intensidade das r elações, na transf ormaç ão que ocor re com os alunos e com elas mesmas. O tempo cr onológico-o r elógio-é útil p ara or ganizar, mas a e xper iência de ser pr ofessor é uma viv ência que transbor da essa limit ação. A v erdadeira docência acont ece nas tr ocas, nas e xper iências r icas e únic as que ocor rem diariament e. Nesse sentido, o t empo da docência é mais p arecido com o que Bergson chama de dur aç ão, pois é contínuo e qualit ativo. “A vida do pr ofessor não pode ser medida por hor as de tr abalho, mas pelas exper iências e r elações que ele constr ói ao longo do t empo. ˮ | 7a23fda8-f46f-4b47-8219-4f61a0fc7406_Filosofia_Da_Educao.pdf |
Filosofia Da Educ ação 34. O Uso da Intuiç ão como F orma de Conheciment o na P esquisa Um pont o int eressant e na pesquisa de Sandr elena é como ela aplic a o conceit o de intuiç ão ber gsoniana à in vestigaç ão nar rativ a. Ao in vestigar as nar rativ as das pr ofessoras, ela opt a por um mét odo que não é soment e racional ou analítico. Ber gson acr edita que a intuiç ão nos per mite acessar a essência de algo, c apturar sua fluide z, que a análise lógic a muit as v ezes não consegue alcançar. A intuiç ão per mite que o pesquisador se coloque no int erior da e xper iência, compr eendendo-a não só como obser vador e xterno, mas sentindo e vivenciando junt o com o outr o. Na pesquisa educ acional, essa abor dagem é poder osa, pois a in vestigaç ão nar rativ a precisa ir além dos dados objetiv os e explorar a subjetividade das e xper iências. Aqui, a aut ora se conect a com as vivências das pr ofessoras, c apturando o que há de único em c ada uma delas. “Na pesquisa, a intuiç ão ajuda a c aptar as e xper iências das pr ofessor as de forma mais pr ofunda, não só com lógic a, mas sentindo junt o com elas. ˮ 5. A Comple xa Relaç ão entr e Cor po e Espír ito na Constituiç ão do Ser Professor Para Ber gson, o ser humano é constituído por uma r elaç ão dinâmic a entr e corpo e espír ito, e essa r elaç ão est á em const ante transf ormaç ão. No cont exto da docência, a aut ora e xplora essa ideia ao mostrar que ser pr ofessor não é apenas cumpr ir uma funç ão técnic a. Exist e uma pr ofundidade nas e xper iências cotidianas que t oca o espír ito, a subjetividade, a essência de ser humano. O cor po do pr ofessor, que lida com as e xigências físic as e a cor reria do dia a dia, est á sempr e em int eraç ão com o espír ito, que busc a sentido, que encontra signific ado nas e xper iências vividas. Para Ber gson, a v erdadeira compr eensão de si mesmo e do mundo v em dessa união entr e cor po e espír ito, e Sandr elena aplic a essa visão p ara ent ender como as pr ofessoras constr oem suas identidades ao longo do t empo. Ao trat ar a docência como um pr ocesso que int egra cor po e espír ito, a aut ora amplia nossa compr eensão do que signific a ser pr ofessor. Não é apenas sobr e dar aulas, mas sobr e viv enciar pr ofundament e o imp acto que essa pr ofissão tem no ser. “Ou seja, ser pr ofessor v ai além de ensinar, envolve o cor po e a alma, numa jornada de apr endizado pesso al e espir itual. ˮ Conclusão: | 7a23fda8-f46f-4b47-8219-4f61a0fc7406_Filosofia_Da_Educao.pdf |
Filosofia Da Educ ação 4Resumindo, a obra de Sandr elena Mont eiro nos desafia a r epensar a docência sob uma no va luz. O t empo, como per cebido por Ber gson, não é simplesment e cronológico, mas uma e xper iência contínua, vivida com int ensidade. A r elaç ão entre cor po e espír ito, e o uso da intuiç ão na pesquisa, t ambém nos of erece ferrament as p ara compr eender melhor a comple xidade de ser pr ofessor. | 7a23fda8-f46f-4b47-8219-4f61a0fc7406_Filosofia_Da_Educao.pdf |
README.md exists but content is empty.
- Downloads last month
- 28